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Papo entre amigas: Transição Capilar

Alicia Keys, cantora que é inspiração de muitas moças que passaram ou estão passando pela transição capilar. (Foto: Reprodução/Internet)
Foi lendo um "papo entre amigas" publicado na internet que eu - uma frustada que não consegue abandonar o vício de alisar o cabelo - conheci a palavra "transição capilar" que se refere a mulheres crespas e cacheadas que pararam de alisar seus fios e enfrentaram o árduo processo de cortar tudo bem curtinho para esperar o cabelo crescer de novo.

Agora escolhi o tema "Transição Capilar" para ser o primeiro assunto da nova seção do blog, a "Papo Entre Amigas". Reunirei mensalmente algumas convidadas para uma conversa online que será publicada aqui no Calcinha Rosa-Choque. Sabe quando aprendemos algo em uma conversa informal? Quero usar da leveza das conversas informais para abordar assuntos complexos e dividir tudo isso aqui com vocês.

No "episódio de hoje", o mais importante, o de estreia, Gabrielle Vitena conta como foi viver em uma "família de alisadas" sem ceder a chapinha. Nathalia Nascimento corta suas últimas pontas com química para assumir seu cabelo crespo (incrível!). Jessica Mendes e Caroline Cavalcanti atestam: cuidar dos cachos dá menos trabalho que alisar. E Mônica Oliveira aparece e acrescenta um "colorido" na conversa.  

Com vocês, papo entre amigas...

Carolina Mello: Bom, começarei contando minha história. Meu cabelo é cacheado e quando eu era criança minha mãe dizia que eu tinha "cabelo de cu-de-urso" (é... não sei de onde ela tirou essa, mas hoje eu dou risada). Enquanto eu acreditava que meu cabelo era "ruim" via que minhas amigas de cabelo liso não ouviam coisas negativas de suas mães e isso era tudo o que eu queria naquela época. 

Sem falar que as bonecas, as princesas, as fadas também tinham cabelo liso. Cresci achando que eu não poderia ser tão bonita quanto elas. Eu seria apenas uma menina de cabelo "ruim". Quando fiz 13 anos (a fase da rebeldia hahaha) comecei a alisar o cabelo. Usei alisantes a base de tioglicolato de amônia que, na época, era uma química muito fedida (atualmente a indústria fabrica cremes alisantes sem cheiro). Sim, eu me submetia aquele processo que machucava e era fedido para pelo menos tentar ter cabelo liso. Depois conheci a escova progressiva, sim, aquela com formol, e quem já submeteu a esse processo sabe o quanto é sofrido e nenhum pouco garantido. É que as raízes crescem e o "efeito liso" precisa ser mantido com uso de escova e chapinha. Ou seja, é "luta" constante contra a natureza dos meus fios.

Ter cabelo cacheado sempre foi um motivo para eu me sentir inferior. Hoje em dia eu "meio que superei", pois tenho a consciência que meu cabelo não é ruim. O problema é que estou habituada a alisar meu cabelo e, por conta disso, não me reconheço de cabelo natural. Estranho, né?

Agora, eu gostaria de conhecer um pouco da história de vocês desde a infância e adolescência. Como era a relação com o cabelo de vocês nesses dois períodos?

Gabrielle Vitena: Bom, meu relato sobre cabelos sempre teve relação com resistência. Nunca alisei o meu cabelo propriamente, mas vivi em uma família de alisadas, onde o meu cabelo crespo era constantemente subjugado. Construir minha identidade e reconhecer beleza nos meus cachos foi um processo duro, de empoderamento, de resistência e muita luta. Aceitar o volume dos meus fios, aceitar a sua textura e suas características, fez parte do processo de aceitar-me enquanto negra e enxergar essa beleza ancestral que me acompanha. Logo, muito mais do que estética, aceitar o meu cabelo é um ato político de resistência. Hoje em dia, empoderada, posso empoderar minha irmã e outras mulheres, que finalmente assumem seus cabelos crespos e se reconhecem como negras. Transição capilar, ao meu ver, não é moda. É aceitação e resistência.

Carolina Mello: Legal, Gabrielle! E você poderia falar um pouco mais como foi viver em uma família de alisadas? Alguma mulher da sua família parou de alisar o cabelo? Você dialoga com elas a respeito disso?

Gabrielle Vitena, a moça que cresceu em uma família de alisadas e nunca se rendeu a chapinha. É isso aí, girl!
Gabrielle Vitena: Viver em uma família de mulheres negras e alisadas é ter que aprender a lidar com a reprodução do racismo. Não acredito que seja com real intenção de humilhar, mas as piadinhas, os comentários "passe uma escova nesse cabelo" revelam o quanto o "padrão liso" já está imposto socialmente. Para a criança, a opinião do núcleo familiar importa muito, mas apesar de tudo, mesmo com a dificuldade em tratar dos meus fios, minha mãe nunca passou nenhuma química transformadora no meu cabelo. Com o passar do tempo e perante todo o processo de empoderamento, minha mãe e minha irmã passaram a assumir o seu crespo. Cada uma a seu tempo e a seu modo, elas foram se encontrando fora desse padrão alisado. Estabeleço o diálogo de diversas formas, conscientizando por meio do que leio, do que estudo, mas principalmente, mostrando o quanto é libertador aceitar as raízes e o cabelo natural. Muitas amigas também se livraram da química e fazer parte disso, ver varias meninas se aceitando, é maravilhoso.

Jessica Mendes: Quando eu tinha 10 anos eu sofria muito bullying na escola por causa do meu cabelo. Conversei com minha mãe sobre o assunto e ela me deixou alisar meus fios. Fiquei dos 10 até os 19 anos usando chapinha. Apesar de alisar, eu sempre gostei de ter uma opção a mais e nunca me submeti a algum processo químico que destruísse completamente meus cachos. De um tempo pra cá comecei a ver que meu cabelo estava quebrando muito, por isso, resolvi passar um tempo sem alisamento. Até que cerca de 3 meses atrás, durante uma divagação mental no ônibus, decidi que queria deixar meu cabelo cacheado naquele dia, antes de ir pra faculdade, e estou assim até hoje. Minha auto estima aumentou, passei a me achar mais bonita e mais autêntica. AMO meu cabelo cacheado, mas não dispenso a chapinha de vez em quando. Gosto da minha liberdade de ser quem eu quiser. Um dia uso cabelo cacheado, no outro eu aliso. O importante é nos sentirmos felizes, por isso, eu não sou a favor que a gente saia da "ditadura do liso" e entre na "ditadura do cacheado". 

Carolina Mello: Que legal, meninas! Nossa Gabrielle adorei! Fico muito feliz que você, Gabriele, resistiu aos alisamentos. Também fico feliz pela sua mãe e irmã que também assumiram seus crespos.
E Jessica adorei essa de "ter mais de uma opção". Realmente é uma enorme vantagem brincar com a modelagem de nossos cabelos. Gabrielle, eu gostaria de saber se você pode relatar como sentiu quando descobriu que dava para alisar o cabelo. Tipo, talvez você era criança. Você se lembra o que sentiu? O que achava daquilo? Queria que respondesse essa também Jessica!

Gabrielle Vitena: Quando minha irmã alisou eu era muito novinha. E eu ficava vendo todos falarem que o cabelo dela estava lindo liso, então eu associava que o meu seria feio por ser crespo, então? Mas minha mãe dizia que eu só podia alisar depois que menstruasse, e que quando eu ficasse maior também alisaria. Acabou que quando chegou a minha vez, eu não quis, mas por diversas vezes eu imaginei que alisar fosse a saída e a resolução de todos os meus problemas e quanto a "opção a mais", essa nunca me foi dada, pois o liso para mim era uma imposição e a única forma aceitável, o meu crespo era abominável. Resistir a isso não foi uma escolha simples.

Carolina Mello: Eu imagino... E fico feliz que você resistiu a tudo! Seu cabelo é lindo! Pelas fotos parece bem saudável. Me conta como você faz para cuidar desse cabelo lindo e empoderado.

Gabrielle Vitena: hahaha obrigada! Eu aprendi a cuidar do meu cabelo na internet, lendo blogs e assistindo vídeos no YouTube. Sempre busco alternativas naturais e produtos em conta para cuidar do meu cabelo. Faço umectação com óleo vegetal, azeite de oliva ou óleo de coco, uso gel de linhaça (que é ótimo para definição), e utilizo cremes baratinhos como os da Kanechom e o Yamasterol. São ótimos e todos podem ter acesso.

Carolina Mello: Menina, deixa eu te perguntar... Como faz para achar esse óleo vegetal? Dizem que é ótimo para hidratar o cabelo!

Gabrielle Vitena: O azeite vegetal é aquele de oliva extravirgem, que põe na salada mesmo hahaha. Mas em feiras e lojinhas de produtos naturais sempre tem outros óleos vegetais.

Carolina Mello: Acho muito legal essa coisa de usar produtos naturais no cabelo. Às vezes eu me decepciono tanto com cosméticos que chego a pensar que usar produtos naturais compensa mais. Vi esses dias o vídeo de uma moça que ensina fazer um creme de pentear usando gelatina incolor para modelar os cachos dela. Achei in-crí-vel!

Gabrielle Vitena: Sem dúvida! Compensa mais tanto no resultado quanto no bolso. Sei! Gelatina é ótima também!

Jessica Mendes, a moça que ama tanto a liberdade usar suas belas ondas quanto a de usar chapinha de vez em quando.
Carolina Mello: Gabrielle, como você se diverte com seu cabelo? Você gosta de fazer penteados diferentes? Curte acessórios? Gosta de mudar o corte? Conta tudo!

Gabrielle Vitena: Eu adoro cortar o cabelo. Ele era bem comprido, cortei curtinho e daí em diante só vivo cortando hahaha. Eu adoro pintar também, descolorir, matizar e etc. Penteados eu não faço muito, sempre apelo pro coque ou pro rabo de cavalo, mas amo acessórios como turbantes, lenços e faixas.

Carolina Mello: E vocês Jessica, Carol e Nathalia, o que acham de usar produtos naturais no cabelo?

Jessica Mendes: Eu adoro usar óleos, mas tem alguns produtos naturais que não funcionam comigo, como a gelatina que deixou meu cabelo ressecado.

Carolina Mello: Estou em "schock"! Estava botando a maior fé na gelatina! hahahaha

Caroline Cavalcanti: Amo produtos naturais, mas alguns também não deram certo comigo, como a gelatina que assim com a Jessica disse também deixou meu cabelo seco. Estou usando a linha Creoula, da marca Lola, e estou amando de paixão! A parte chata é que o valor é normalmente alto, mas acho que compensa.

Jessica Mendes: O gel de linhaça funciona bem no meu cabelo, mas prefiro usar o industrializado. É que confio mais.

Carolina Mello: Ouvi dizer que esses produtos da marca Lola são incríveis!

Caroline Cavalcanti: São maravilhosos

Jessica Mendes: Eu já usei alguns e realmente são ótimos

Gabrielle Vitena: Já usei uns dois produtos da Lola, são bons mesmo, problema é o preço. Nem todo mundo tem acesso.

Jessica Mendes: Eu simplesmente adoro a linha SOU, da Natura. São produtos super-baratinhos, que poluem menos e o resultado é muito bom.

Carolina Mello: Ok, meninas. Caroline e Nathalia, falta vocês contarem a história de vocês.

Caroline Cavalcanti: Minha história com o cabelo cacheado é bonita se for ver pela ótica de como fui criada por minha mãe. Eu era rejeitada pelas crianças na escola pelo meu cabelo,e minha mãe sempre fazia questão de cuidar imensamente bem dele. Eu acabava não contando nada em casa e na adolescência isso não melhorou (antes eu tivesse contado algo). Passei por bullying, não só pelo cabelo, mas como o foco desse nosso encontro aqui está sendo cabelo, então, vou procurar resumir. Eu me sentia completamente fora de qualquer ambiente que fosse. Não encontrava refúgio em local algum. Aprendi a me odiar de diversas maneiras e para me adequar de alguma forma passei a fazer escova. Inclusive, a mídia também não cooperava em nada na época, com relação ao cabelo cacheado. A associação que faziam (e em alguns casos, ainda hoje, fazem) era das piores possíveis. Depois das escovas e chapinhas, resolvi fazer progressiva, o resultado não foi permanente e eu prossegui me odiando. Descobri então a plástica de fios, inclusive foi o que "salvou" meu cabelo da química que ainda persistia, mesmo depois de anos passados da progressiva. Depois de alguns meses da plástica de fios decidi tingir meu cabelo para anular o efeito da plástica e voltar meu cacheado. Passei a fazer hidratação constantemente, fui cortando para o crescimento ser mais forte e auxiliar na remoção da química. Mas faz praticamente 2 anos, de verdade, que aceitei meus cachos de vez. Mesmo com tanto apoio das pessoas próximas eu não me sentia eu mesma com o meu cabelo natural. Que coisa doida isso... Então passei a ler mais sobre transição capilar e conversar com mais mulheres que vivenciaram ou vivenciam isso. Descobri várias formas de penteados, mas costumo deixá-lo mais livre ao vento. Aprendi que cabelo bom, é cabelo tratado com amor!

Carolina Mello: E o que você acha dessas meninas que pensam que cabelo alisado dá menos trabalho?

Caroline Cavalcanti: Talvez elas associam isso a algum tipo de praticidade. Mas acaba sendo uma ideia falsa.

Carolina Mello: Eu bem que sei! Gasto 2 horas alisando o meu cabelo.

Jessica Mendes: O negócio é que o alisado dá pra deixar 3 ou 4 dias sem lavar e o cacheado precisa de mais manutenção do day after, mas realmente gasta menos tempo do que alisar. Acho que compensa mais não alisar.

Caroline Cavalcanti, a moça que não abre mão de usar bons produtos em seus cachos sedutores.
Carolina Mello: Realmente com o cabelo alisado a gente pode ficar 3 a 4 dias sem mexer no cabelo, mas o ruim é que, principalmente no calor, a gente sua muito e o cabelo fica oleoso e consequentemente a gente gasta mais horas no secador e chapinha. Eu gostaria de parar de alisar mas não me reconheço quando me vejo com cabelo natural. Estranho isso, né?

Jessica Mendes: Mas, Carol, não se sinta mal por causa disso. Não pare de alisar seu cabelo porque os outros falam que é errado, pois assim você sairá da "ditadura do liso" e passará para a "ditadura do cacheado". Nenhuma ditadura é legal...

Carolina Mello: É, eu me sinto mais confiante de cabelo alisado... Acho que essa é a palavra: confiança! Mas sei que bobagem da minha parte.

Gabrielle Vitena: Fica tranquila, Carol! Essas coisas vem com o tempo e cada um tem o seu. O importante é estar feliz com o cabelo e não manter um padrão apenas porque é imposto socialmente.

Carolina Mello: Vocês têm razão, meninas. Bom, vamos aguardar a Nathalia participar. Ah, gente, lembrei de uma amiga minha que tem cabelo crespo azul. Acho que o depoimento dela pode enriquecer nossa conversa aqui.

[Carolina Mello adicionou Mônica Oliveira a conversa]

Carolina Mello: Meninas, essa é a Mônica! Ela participará da nossa conversa sobre transição capilar.
Mônica, você já alisou o cabelo? Passou por transição capilar? Conta para nós sua história!

Mônica Oliveira: Oi, meninas! Tudo bem? Então... Alisei meu cabelo dos 11 aos 23. Fiz progressiva e tudo que tinha que fazer para manter meu cabelo liso. Aí eu cansei e demorou um ano e meio até eu ficar com o cabelo sem química e foi aí que resolvi cortar curtinho. Passei meses usando lenços para cobrir meu cabelo, pois estava metade liso e metade natural. Sem falar que minha autoestima era bem ruim, pois eu tinha uma imagem distorcida de mim mesma. Aí o tempo passou e agora tá bem melhor, tanto meu cabelo quanto minha autoestima. Ah, não posso deixar de agradecer os amigos que me apoiaram, pois cheguei a pensar em desistir da transição capilar. Um deles, o Paulo, chegou a marcar uma hora com cabeleireiro especializado em crespo para me ajudar a me manter firme.

Carolina Mello: Legal, Mônica! Bom, algumas de nós contamos como era na infância não ter o cabelo liso. Você tem algum relato desse período para dividir com a gente?

Mônica Oliveira, a moça que a-do-ra colorir seu cabelo crespo.
Mônica Oliveira: Minha mãe tem o cabelo liso e ela não sabia cuidar do meu cabelo. Era bem sofrido quando ela me penteava. Aí ela cortava bem curto. Só vim ter cabelo comprido dos 11 anos para cima. Lembro também que minhas vizinhas e eu passávamos chapinha uma no cabelo da outra.

Carolina Mello: E você acha que dá mais trabalho alisar ou cuidar dele natural?

Mônica Oliveira: Hoje eu só tenho o trabalho de pintar e de fazer as hidratações, mas nem se compara com o trabalho que eu tinha para alisar.

Carolina Mello: Desbota muito né? Eu sei!

Mônica Oliveira: Depende da tinta

Carolina Mello: Qual você usa?

Mônica Oliveira: Ontem eu passei violeta genciana em cima do verde água que estava no meu cabelo e agora está azul-escuro-cinza.

Carolina Mello: Meninas, sintam-se livres para participar, para perguntar... O que está rolando aqui é um bate-papo entre amigas. Ai que tudo! Você usa violeta genciana?

Gabrielle Vitena: Queria passar violeta no meu cabelo para tirar o amarelado, mas nem sei como que faz.

Carolina Mello: Ai, eu sei! Mistura algumas gotinhas de violeta genciana em um creme branco ai usa xampu anti-resíduos primeiro e depois é só aplicar a mistura no cabelo e deixar agir como uma hidratação normal. Aí a cor violeta matizará o amarelado do cabelo o que resultará em um tom de loiro mais acinzentado.

Gabrielle Vitena: Hmmmm... Acho que vou fazer pra ver no que dá

Carolina Mello: Faz! É ótimo! Mas coloca só umas gotinhas mesmo, pois a violeta genciana rende muito. Se você colocar muito no creme aí seu cabelo ficará roxo.

Mônica Oliveira: É isso mesmo que a Carol falou! Deixa três minutinhos que já estará bom.
Meninas, vejam esta minha foto de anteontem: https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpt1/v/t1.0-9/p720x720/12047066_10208077394717513_3768482173931281403_n.jpg?oh=ac898b8a6a24b43de7062427392d2733&oe=56B497EB&__gda__=1451543561_363eeb828a86a898106cf98a4f7e16be
Este era o tom verde-água que estava no meu cabelo. Tô mostrando a foto aqui para mostrar que dá para ter cabelo crespo e colorido. Apesar do meu cabelo ser fino eu sempre mudo a cor dele e até agora não fiquei careca, hahahaha. Digo isso porque me considero meio desleixada, pois eu poderia hidratar mais meu cabelo.

Gabrielle Vitena: Que linda!

Caroline Cavalcanti: Eita que cabelo lacradoooorrrrr!

Carolina Mello: Linda!!!!

Mônica Oliveira: Muito obrigada, gente! ^_^

Nathalia Nascimento: Oi! Cheguei, rs! Então. meninas, vou contar a história do meu cabelo. Sempre usei química nele. Lembro que quando tinha cinco anos fiz relaxamento. Sempre tive dificuldade de aceitar meu cabelo. Via o cabelo liso das gurias da escola e achava o meu feio. Eu não tinha pressão dentro de casa para alisar, mas eu acreditava na ideia que o meu cabelo não era bonito, talvez pelo bullying que eu sofria. A partir dos 15 anos eu passei a fazer chapinha com uma certa frequência, com 16 passei a fazer sempre, não deixando o cabelo natural nunca. Com 18 comecei a fazer progressiva, mas não religiosamente. Usei mega hair também. Cheguei a usar mega-hair cacheado, mas achava o meu crespo ruim... Até que ano passado decidi escutar minha irmã que insistia em dizer que química fazia mal para o cabelo e aí parei de fazer relaxamento, mas continuei com a progressiva para raiz não ficar tão "feia". O problema é que eu estava extremamente cansada de ficar horas fazendo chapinha, de fazer isso no calor, de ser um problema para ir à praia, de ter vergonha de molhar o cabelo na frente de outras pessoas e também de sentir dor, porque tenho um problema no braço desde um acidente que sofri em 2013, e fazer chapinha era uma tortura. Eu queria parar com a chapinha, mas não sabia bem como fazer isso e não conseguia me enxergar passando por uma transição capilar, pois acreditava que meu cabelo ficaria feio durante a transição. Falei sobre isso com uma amiga e ela me mandou links de vídeos no YouTube e a vontade de assumir meu cabelo natural foi aumentando. Parei definitivamente de fazer progressiva, cortei meu cabelo bem curto e cá estou na transição louca de ansiedade para que meu cabelo fique todinho crespo.

Gabrielle Vitena: Que fofa! Você ficará ainda mais linda com o crespo! Aceitar o próprio cabelo é bem doloroso, mas com muita força de vontade a gente consegue.

Nathalia Nascimento: Foi mais difícil no começo, mas não está sendo fácil, pois ainda estou vivenciando o processo da transição. Minha única certeza é que apesar das dificuldades ainda acho bem melhor do que ter que fazer chapinha.

Nathalia Nascimento, a moça que acaba de começar sua transição capilar. Estamos orgulhosas de você! <3
Gabrielle Vitena: É complicadinho mesmo, mas o resultado é libertador.

Nathalia Nascimento: Verdade, né? Não vejo a hora de ver como meu cabelo ficará quando estiver sem nada de química. Mas confesso que sinto medo...

Gabrielle Vitena: Tenha medo não! Tem nada melhor do que a liberdade do seu cabelo natural.

Nathalia Nascimento: Tenho medo de não me curtir de cabelo crespo. Tanto tempo usando liso, né? Mas olha, to maravilhada, os cabelos de vocês são lindos! 

Carolina Mello: O seu cabelo também é lindo, Nathalia! Pode ter certeza que todas nós aqui te apoiamos!

Nathalia Nascimento: Obrigada, linda!

******
Sexta-feira, 30 de novembro de 2015, 11h18 

Nathalia Nascimento: Gurias, acabei de cortar o cabelo! Tirei praticamente todo o resto da parte alisada.

Gabrielle Vitena: Que linda! Parabéns!

Mônica Oliveira: Ficou ótimo!

Carolina Mello: Nossa! Estou muito orgulhosa de você ter cortado a parte com química e vir aqui compartilhar isso com a gente. Valeu, Nathalia! <3

Nathalia Nascimento: Muito obrigada, gurias. Olha, nem minha cabeleireira acreditou que tive coragem de cortar tudo.


Nathalia Nascimento: Ai que linda! Ver experiências de outras gurias me encoraja mais.


Comentários

  1. Muito bacana o post! É muito bom quando outras pessoas que já passaram pelo que estamos passando compartilham suas experiências conosco. Nos ajuda no meio de tanta informação e nos encoraja. E o resultado depois da transição é mesmo libertador! Obrigada pela conversa gurias! Beijinhos.

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