Eu já era fã de Lena Dunham, criadora, roteirista e a atriz que interpreta a protagonista da série "Girls" (é mole?). E, há 2 meses, minha admiração por ela aumentou. É que quando estou deprimida vou correndo para a livraria mais próxima com esperança de encontrar um livro que me inspire. Foi assim que achei o "Não Sou Uma Dessas", da editora Intrínseca.
A cada palavra lida senti como se Lena fosse uma amiga que estava me contando tudo o que viveu. Da infância aos dias atuais. Dos sentimentos confusos as lembranças mais íntimas. Dos altos e baixos. Dos homens que amou. Das lutas, expectativas, frustrações.
Porém, o que mais me encantou foi ver que Lena se inspirou em suas próprias vivências para criar a personagem que interpreta, a Hannah Horvath. É que sempre me considerei uma personagem, ora escrita pelo Manoel Carlos, ora por Nelson Rodrigues. Demorou, mas um dia entendi que fui "escrita" por mim mesma (e isso é suficiente para ver beleza na ligação entre Lena e Hannah)
Também amei a forma assimétrica que Lena encontrou de contar o que não a torna "uma dessas". Regras pra quê, pessoal? É muito mais interessante jogar um "tempero" na ordem cronológica da sua história. É muito mais rico. É muito mais atual.
Não posso deixar de falar que vários trechos ajudam a reforçar a autoestima de qualquer mulher (se for isso que você estiver precisando). Selecionei dois para você, querida leitora, refletir:
"Não amo mais nenhum dos meus antigos namorados. Não tenho certeza de que algum dia os amei e não sei se na época achava que tinha. Minha mãe diz que isso é normal, que os homens se orgulham de todas suas conquistas e as mulheres desejam esquecer todas elas", Página 99.
"Outra pergunta que me fazem sempre é como consigo ter 'coragem' suficiente para expor meu corpo na tela. A questão subentendida, nesses casos, é definitivamente como tenho coragem suficiente para expor meu corpo imperfeito, pois duvido que a mesma pergunta fosse feita a Blake Lively", Página 129.
Só acho que a leitura de "Não Sou Uma Dessas" deveria ser obrigatória para todas as mulheres.
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